Somos bombardeados diariamente com opções do que comer, vestir, aprender, treinar, crer, prosperar, etc. Tomar decisões dá trabalho e cansa. Tomar boas decisões, mais ainda. E a correria dos tempos atuais não nos convida a parar para refletirmos sobre decisões importantes.
Nos negócios e na carreira, parece absurdo não aceitar a primeira oportunidade que aparecer pela frente, especialmente se você é empreendedor ou está numa startup que precisa sobreviver para ir ao próximo sprint.
Já fiz diversas escolhas erradas, e uma delas foi, no início da minha jornada empreendedora, aceitar um projeto pelo ganho financeiro, mesmo entendendo que o que meu cliente queria demandaria muito mais tempo do que poderia dedicar e não estava alinhado com o que estava buscando fazer. Ele queria um sócio/funcionário, não um consultor. O projeto pagou as contas, mas a dor de cabeça e o desgaste emocional saíram bem caro.
Aprendi uma lição para a vida. Não aceitar qualquer coisa que vier pela frente, só porque estou precisando de trabalho.
Aceitar qualquer coisa significa que apenas sobrevivo, não vivo. Significa que não tenho esperança na provisão divina, que toda oportunidade precisa ser agarrada a qualquer preço, que não tenho valor algum. E, se não me dou valor, quem o fará? É uma mentalidade de escassez que drena as energias e me coisifica.
Alguns meses depois, o mesmo cliente ofereceu-me um novo projeto. Para não dizer que não queria mais trabalhar com ele, simplesmente cobrei 2,5x mais, calculando o retrabalho que teria e o adicional de insalubridade. Não fechei, mas fiquei tranquilo, sem peso na consciência. Ele também não reclamou e mantivemos o relacionamento. No mês seguinte, apareceu um projeto top, que fiz com muito prazer e me rendeu um bom ganho. Se tivesse aceito o outro projeto, não teria como pegar esse.
Vejo isso como uma ação de Deus, ensinando-me a ter fé e paciência, a decidir com mais sabedoria. Se eu não respeitar minhas prioridades, como esperar que alguém o faça por mim? Confio em Deus ou me seguro nas minhas próprias forças? O que realmente importa: o bolso ou meus valores, minha identidade e minha missão?
Para ajudar você a refletir sobre esse assunto, criei a seguinte metáfora:
Imagine que você está num ponto de ônibus bem movimentado. Você pegaria o primeiro ônibus que passar? Provavelmente não. Pegar o ônibus errado pode levar a um lugar muito distante de onde você deseja chegar.
Sou grato a Deus por ter amadurecido nesse sentido, a ter mais sabedoria, confiança e coragem ao tomar decisões. Aprendi muito nesses 6 anos empreendendo, agradeço a cada um que cruzou meu caminho, e peço perdão aos que de alguma forma eu ofendi ou magoei.
Acredito que todas as pessoas são talentosas, que cada um tem o seu lugar no universo, pois Deus é intencional no que faz. Sou um mensageiro imperfeito, porém talentoso, que testemunha desse amor abundante e infinito.
Que você possa diferenciar as oportunidades e pegar aquelas que foram feitas para você!
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