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Foto do escritorCalebe Luo, ACC (ICF)

Como meu filho me salvou


Descobri recentemente que tenho doença celíaca. Após viver 38 anos comendo macarrão, lasanha, pizza, bolo, sorvete e outras delícias gastronômicas, agora cortei o glúten, pois me faz mal, e pode me matar. Nunca tive sintomas, então esse inimigo silencioso poderia lentamente lesionar meu interior até o ponto de causar câncer. E de câncer já sou sobrevivente de 2 experiências, algo que posso compartilhar num outro momento.




Hoje gostaria de contar para vocês como meu filho me ajudou a descobrir esta doença terrível e me salvou.



Calcificação

Desde a gestação, Kenzo apresentava uma calcificação no fígado, que não sabíamos a razão, mas acompanhamos com cuidado, com ultrassom. Ao nascer, em setembro de 2017, ele continuava com essa condição, e recebemos a recomendação de consultar com o Dr. Lucas Arbex, pediatra em Atibaia. Uma vez que o Kenzo iria se consultar com ele, decidimos levar as meninas para se consultarem também.



Distensão do Abdômen

A Hannah, já fazia algum tempo, apresentava um inchaço na barriga e sentia dores abdominais, chegando a sair da escola mais cedo por não se sentir bem. Outros pediatras achavam normal, mas o Dr. Lucas decidiu investigar, e receitou diversos exames de sangue. Descobrimos que ela tem intolerância à lactose e também ao glúten (presença de anticorpos).



Improvável, não Impossível

Agora vem a parte curiosa. A incidência de casos de doença celíaca entre orientais é rara nas estatísticas médicas, tanto que levantou-se a hipótese de que o exame de sangue deveria estar errado. A Hannah fez os exames em outro laboratório, e deu positivo novamente. O próximo passo foi fazer o exame de genética (HLA-DQ2 e HLA-DQ8), que deu positivo no HLA-DQ2. Por fim, a Hannah passou por uma biópsia e, graças a Deus, não apresentou lesões, o que configura a doença como celíaca latente (um dia pode desenvolver as lesões).


Fizemos todas as mudanças para termos uma dieta sem glúten em casa, sem contaminação cruzada e para a Hannah poder levar uma vida mais "normal" na escola. Abrir mão de algo que gostamos por amor aos filhos não é tão difícil.



Genética


Agora, se minha filha tem o gene, precisamos descobrir de quem veio. Por isso minha esposa e eu fizemos os exames. Deu positivo HLA-DQ2 para mim e tenho os anticorpos, só que não sinto nada. Fui fazer a biópsia e descobri que já tenho lesões. Meu caso é o da doença celíaca silenciosa. A boa notícia é que não há sinal de malignidade, isto é, câncer.



Milagre


Escolhi compartilhar meu caso nesta Páscoa, pois é um período de reflexão sobre a morte, a vida e a liberdade. Sem a calcificação do fígado do Kenzo, não teríamos chegado ao diagnóstico da Hannah e, consequentemente, o meu. Kenzo salvou a Hannah e me salvou. É um milagre.


Nesta nova fase, vejo que as restrições me fortalecem, pois sei que ganhei mais uma chance de viver e fazer a diferença.

Glória a Deus por isso!

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